O BBB 21 tem povoado as rodas de discussões sobre temas muito polêmicos na sociedade. Na noite passada, mais uma vez a participante Karol Conká protagonizou uma situação que gerou grande repercussão: com fortes investidas na paquera ao participante Bill, levantou-se o questionamento de quando a cantada excede e vira assédio.
E as crianças? Elas podem ter autonomia para decidir quem e como deve ser o contato social e físico com elas? Elas se sentem seguras e acolhidas para reagir a determinadas abordagens ou “brincadeiras” que passam do que elas consideram seguro e agradável, trazendo um desconforto nada saudável no seu desenvolvimento emocional?
A expectativa social é de que a criança seja sempre fofa e receptiva aos carinhos dos adultos. Por aqui, tenho uma pequena que sempre foi super carinhosa comigo, maaaasss é muito criteriosa quanto ao contato com outras pessoas. Percebi isso desse quando ela era bebê.
Eu nunca obriguei que ela desse beijo e abraço. Cumprimentar gentilmente, sim, faz parte da nossa conduta social. Mas sempre a deixei expressar seu descontentamento aos toques de estranhos. Já tiveram muitos velhinhos assustados no supermercado após fazer um carinho na cabeça dela. Ela falava “Não pode!”, limpando a cabeça com as mãos e encarando brava o senhor que invadiu seu espaço pessoal. Os velhinhos olhavam para mim com um olhar tipo, não vai educar sua filha? E eu pensava… Estou educando!
Eu recebia esse mesmo olhar de muitas pessoas próximas que recebiam dela um “Não, obrigada!” a oferta carinhosa de um beijo ou abraço.
Eu eduquei a Alice para que ela se sinta no direito e seja capaz de falar quando algo a incomode. Que ela sinta que o corpinho dela é sagrado e que só ela pode autorizar o toque, seja ele de quem for.
Vacinas sempre foram um problema! Imagina quanto tempo eu gastava para manter a minha coerência educacional. E confesso, nem sempre foi possível, mas havia muita conversa e explicação sobre o porque ela precisava tomar a vacina.
E por aí, você permite que seus filhos possam ter autonomia para decidir os limites de contato físico com outras pessoas?